BIM é uma pequena sigla que define o importante papel de uma poderosa ferramenta, com significado Building Information Modeling, ou na tradução Modelagem de informações da Construção. Para alguns isso ainda é novidade.

Alguns entendem como um software ou apenas um desenho em 3D com tabelas de quantitativos, mas na realidade é um sistema de trabalho da construção que utiliza as informações de projeto, reunidas e analisadas de forma integrada e colaborativa por diferentes profissionais da construção civil, assim podendo ter uma visão geral da construção desde seu início até o final da sua vida útil, podendo prever com detalhes todo processo construtivo, de manutenção e de reciclagem de uma edificação.

Mas para entender melhor a importância de cada item da sigla BIM, vamos descrever cada uma delas:

Como podemos ver, o BIM é muito mais complexo do que apenas a utilização de um software, pois se trata de uma integração entre as disciplinas da construção, e as informações são dispostas a todos os envolvidos em tempo real, facilitando e melhorando na tomada de decisões em relação aos conflitos encontrados durante todo o processo do projeto.

 Quando surgiu o BIM?

É meio difícil especificar o surgimento, pois alguns autores dizem que o primeiro software a utilizar o sistema BIM foi da empresa Graphisoft no ano de 1982. Outros que teve início no ano de 2002 através da Autodesk após comprar a empresa Revit Technology Corporation.

Mas foi o professor Charles M. Eastman que difundiu o conceito, que se deu através de pesquisas que visavam um melhor desempenho nas tomadas de decisões em projetos mais complexos e com novas normas dos países mais desenvolvidos na construção civil onde visavam uma maior preocupação com a segurança, meio ambiente, sustentabilidade, conforto ambiental entre outros.

Nesses países já existe o investimento na preocupação com o meio ambiente, o melhor rendimento no desenvolvimento dos projetos de construção, e isso desde a década de 80. Podemos imaginar a evolução desses softwares de desenho nesse período, resultando em inúmeras empresas a difundirem softwares para dezenas de segmentos na área da construção.

O ponto positivo é a competição no mercado, forçando as empresas a melhorarem cada vez mais e ter uma relação de custo benefício. Podemos citar algumas das maiores empresas de softwares BIM como: Autodesk, Bentley Systems, Graphisoft, Nemetschek e Trimble.

 Como funciona o sistema BIM?

De uma maneira tecnicamente básica. Podemos usar como exemplo uma grande mesa redonda entre todos os envolvidos em um mesmo projeto, onde serão discutidos todos os processos desde a criação do modelo, concepção do projeto, a construção e se necessário o fim da vida útil. Todo esse processo é desenvolvido e descrito através de um modelo virtual onde serão armazenados todas as informações necessárias onde todos os envolvidos terão acesso.

Atualmente cada software de modelagem 3D tem seu próprio sistema de arquivos, mas conseguem exportar suas informações para serem utilizados na compatibilização em modelo de arquivo IFC (Industry Foudation Classes) para desenvolver toda interoperabilidade entre as disciplinas envolvidas em um mesmo projeto.

Isso facilita pois cada disciplina utiliza um software específico, então é necessário fazer a integração entre as disciplinas em um único modelo virtual. Através do modelo completo é possível verificar os conflitos em tempo real, evitando possíveis problemas que o sistema de desenho CAD tradicional possa acarretar. Ao pensar do ponto de vista empreendedor, esses pequenos problemas podem acarretar em grandes transtornos na obra, sem contar nos gastos excessivos para solucioná-los.

 Mercado Atual

Se pararmos para pensar no mercado nacional, podemos notar que ainda está pouco difundido a ideia de projetos em BIM, pois ainda há uma falha na comunicação ou na utilização de novas tecnologias, e isso acaba prejudicando o próprio mercado pois passa-se um conceito errado sobre o assunto e isso acaba atrasando o desenvolvimento num todo.

Muitas empresas do ramo da construção ainda sofrem com a implementação do sistema BIM, pois ainda há uma carência de profissionais qualificados, ou uma devida assistência no desenvolvimento de projetos mais complexos, e em alguns casos acabam desistindo da transição do CAD convencional para o sistema BIM.

Segundo um estudo da Universidade de Stanford, foi analisado a utilização do BIM em 32 projetos e destacou-se muitas vantagens, dentre elas a eliminação de 40% nos gastos de alteração inesperados, precisão no orçamento, redução de 80% na geração de custos, identificação de conflitos através da interoperabilidade gerando uma economia de até 10% no valor contratado e uma redução no tempo de projeto de até 7%.

Para facilitar o entendimento do BIM sobre o mercado nacional, algumas empresas criaram apostilas que ajudam a decifrar um pouco de mundo de informações, e realmente para quem deseja implementar essa teoria, será necessário não apenas utilizar um software 3D, mas entender como o sistema funciona num todo. Isso facilitará na concepção de um projeto e na utilização dos mais variáveis softwares.

Atualmente a ABNT continua com a comissão de estudo especial ABNT/CEE-134 – Modelagem de Informação da Construção (BIM). O conteúdo total da normativa foi planejado para ser desenvolvido e publicado em sete partes. As partes 1, 2 e 3 já foram publicadas e correspondem, respectivamente, aos conteúdos: ABNT NBR 15965-1:2011 – Classificação e Terminologia, que explica como o conteúdo foi planejado, inclusive a divisão da norma em sete partes; ABNT NBR 15965-2:2012 – Características dos Objetos; e ABNT NBR 15965- 3:2014 – Processos da Construção Civil.