Obs.: Preciso alertar para você tomar cuidado ao ler este artigo pois pode se machucar com as duras informações ditas.
Um projeto completo em BIM não se trata apenas de realizar um modelo virtual e jogá-lo na mão do mestre-de-obras.
Imaginemos um projeto de arquitetura que não dialoga com as outras disciplinas em CAD, e, de outro lado, um em modelo BIM. Com certeza há uma pequena melhora em relação à velocidade de atualização das pranchas e realização do detalhamento de certos itens.
Vejo isso acontecendo com frequência no Brasil. Os escritórios de arquitetura estão avançando com boa velocidade para a transição de softwares: realizando treinamentos ótimos, com diversos profissionais da área; melhorando a qualidade de suas pranchas; formando maquetes eletrônicas que, após prontas, não se sabe se serão reais ou virtuais; começando a gerar detalhes em 3D (anteriormente inviáveis de ficar detalhando). Mas, por que tanto esforço e parar por aí?
Imagine uma pessoa que treina corrida de forma exaustiva. Ela se torna absurdamente capaz nisso, porém, mesmo sabendo que a competição é 4x100m (em que há revezamento de atletas), continua treinando sozinha. Logo, é obvio que o resultado não será dos melhores.
Sob outra perspectiva, pensemos em um projeto em CAD que dialogue com todas as disciplinas, e outro em BIM. Vocês conseguem visualizar, após todas essas aulas, o quão benéfico será todas as vantagens dessa obra?
Ainda se tratando apenas da fase de projeto, os resultados da visualização e quantificação gerados são visionários (com erros ínfimos que saem do computador).
A ponte entre as disciplinas se torna mais ágil, prática e natural. É desta maneira que o BIM começa a surgir: vamos transformando aquele projeto paramétrico em um modelo de construção real. Ainda que o detalhamento seja baixo, a qualidade se torna muito superior com relação à opção anterior.
Posteriormente, chegamos a outra fase do BIM (projeto CAD ou BIM finalizado), no estágio de orçamento, cronograma e obra. Mas qual a diferença entre os dois? (Sendo que ambos foram entregues para os responsaveis de cada área em 2D).
Fora os erros de projetos já comentados, eles são idênticos nesta fase. Trata-se do mesmo trabalho para esses profissionais, independentemente de receberem em pdf ou prancha plotada.
Ou seja, ainda há um trabalho manual, que precisa ser modificado item a item, contando com erros de cronograma e prazo (caso haja algumas atualizações nos projetos e todos os outros profissionais não acompanharem).
Seguimos muito bem na implantação de softwares que trabalham com a metodologia BIM, mas ainda estamos muito distantes de que podemos considerar o ideal: realizar uma obra com toda metodologia BIM implantada.
Dito isso, estou vindo aqui para pedir ajuda. Converse com todos os profissionais a sua volta, e venham conhecer essa metodologia. Explique para eles que BIM não é apenas 3D; BIM é diferente de “apenas maquete eletrônica”.
“Building Information Modeling” não é mais o futuro da construção, na verdade é o presente que estamos deixando para trás.